Mercado de alimentos orgânicos e a pandemia
A Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) é responsável por uma pesquisa referente ao consumo de orgânicos, que mostra ter havido um aumento de 44,5% no consumo de orgânicos durante os 7 primeiros meses de restrições para conter a Covid-19. Os entrevistados da pesquisa afirmam estar mais preocupados quanto a qualidade de sua alimentação nesse período, além de maior preocupação para um estilo de vida mais saudável.
MAIS DADOS DA PESQUISA
46,6% dos entrevistados afirmam consumir orgânicos diariamente. Os produtos in natura correspondem a 38,6% da preferência geral. Ao mapear o perfil desse consumidor percebe-se que ele se divide entre ofertas no meio físico e digital sendo os canais online responsáveis por 19,1% da comercialização. Apesar de mais da metade dos entrevistados afirmarem que houve um aumento de preço durante a pandemia, 81,8% deles acredita que a agricultura orgânica pode ajudar a evitar uma nova pandemia. Além de ser um grande produtor e exportador, o Brasil tem se consolidado também como um grande consumidor desta categoria.
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E A PANDEMIA
A relação entre alimentação saudável e fortalecimento do sistema imunológico já produziu aumento no consumo de alimentos orgânicos antes, conforme um relatório da Ecovia Intelligence “historicamente quando há um aumento generalizado com a preocupação com a saúde, a venda de produtos orgânicos tende a crescer”, a empresa de pesquisa relaciona exemplos como o aumento da demanda de produtos orgânicos causado pelo surto de BSE (encefalopatia espongiforme bovina), também conhecida como “doença da vaca louca”. A análise da empresa projeta alta para as vendas de orgânicos para os próximos anos, logo, o setor representa uma boa oportunidade de diversificação.
EXPECTATIVA PARA OS PRÓXIMOS ANOS
Conforme projeções da BCC Research, o mercado global de alimentos e bebidas orgânicas deve crescer 11,5% até 2024, esse crescimento apresenta várias razões como investimento em tecnologia e a preocupação com o meio ambiente e com os animais, assim como com a segurança alimentar, sustentabilidade voltada a saúde e apoio a negócios locais e pequenos produtores.
O crescimento do setor possibilita a expansão dos orgânicos para inúmeros produtos. As bebidas orgânicas apresentam muita inovação, mesmo aqueles que não estão em busca do mais saudável, água saborizadas, tônicas, kombuchas, vinhos e chás ganham cada vez mais clientes, além da criatividade nas embalagens e nos sabores aumenta a possibilidade de lançamentos de maior valor agregado e atinge o público que consome também a identidade das marcas.
As sopas orgânicas se apresentam como alternativas práticas de transportar e rápidas de consumir, se adequando assim a uma rotina corrida. Há também os chocolates orgânicos, com clientes que estão dispostos a pagar um pouco mais por melhores experiências, e estão sempre atentos aos benefícios, e são de modo geral mais conscientes, lendo rótulos e procurando por opções mais saudáveis.
Com a pandemia toda essa inclinação ganhou mais força e investimentos, e o setor passou a ser ainda mais estimulado pelos consumidores que têm cada vez mais preocupação com a saúde e com a segurança alimentar, o que deve se tornar algo mais presente na vida dos consumidores e ganhar uma fatia crescente do mercado.
O PAPEL DA INTERNET
Desde as primeiras semanas de pandemia e isolamento social as vendas online têm apresentado alta, a necessidade em primeiro momento e a facilidade para efetuar a compra conquista cada vez mais adeptos.
Além disso, a presença desses produtores em redes sociais e parcerias com nutricionistas e chefs de cozinha trazem visibilidade e esclarecimento para os potenciais consumidores do segmento. Segundo a Organis, houve casos de produtores que puderam triplicar sua produção por atender canais de venda online, logo, a internet é grande aliada tanto na divulgação quanto no consumo para todo o setor de alimentos orgânicos, que aproveita o alcance gerado pela ferramenta para propagar os benefícios que o setor traz para a sociedade.
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