Principais produtos exportados pelo Brasil

Mesmo que o setor não tenha escapado dos efeitos colaterais da pandemia, o agronegócio apresentou resultados cruciais para a saúde econômica do Brasil em 2020. A destacar dois importantes fatores que desafiou a agro-indústria: aumento da demanda externa e desvalorização do Real frente a moeda americana.

BALANÇO DO ANO 
No segmento primário agrícola, os principais destaques em termos de altas de preços foram: milho, café, cacau e arroz, com altas superiores a 20%, além de soja, trigo, mandioca e cana.

De janeiro a abril de 2020, os dados de comércio exterior da cadeia do agronegócio apontaram que as exportações brasileiras cresceram 7% (em valor) em comparação com o mesmo período do ano anterior. A produção de soja e carne bovina contribuíram positivamente, enquanto milho e celulose sofreram retração. 

Mesmo que o valor das importações brasileiras de produtos agroindustriais seja muito inferior ao das exportações, os quatro primeiros meses do ano foram de queda de 5,5% em comparação com os resultados obtidos em 2019. O trigo e o malte, foram fundamentais para reduzir o valor importado, com queda de 8,2% e 11,3%, respectivamente.

CAFÉ
Os dados da Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revelam um cenário com grandes desafios para a produção de café arábica no país entre agosto/20 e agosto/21.

O preço tende a ser valorizado, nacionalmente, por conta da depreciação do real frente ao dólar e pelo alto percentual de café vendido de forma antecipada, o que pode limitar a oferta. Mesmo com a tendência otimista, o Ipea considerou que os preços podem voltar a recuar, se as chuvas retornarem às principais regiões produtoras brasileiras. 

No mercado internacional, os preços acompanharão o consumo mundial e a oferta em países produtores, que podem ter problemas de colheita em função da pandemia. Isso também ocorre com os cafés finos de outras origens, pois a colheita é intensiva em mão de obra.

LARANJA
Segundo levantamento do IBGE,  com atualização no último mês de outubro, a safra estimada em 2020 no país atingiu 17.010.782 de toneladas. 

As exportações para a Europa, principal destino das exportações brasileiras de suco, atingiram no mesmo período 212.472 toneladas, uma redução de 26,5% em relação aos mesmos meses da safra 2019/20. Já as exportações para os Estados Unidos cresceram 2% entre os meses de julho e outubro, para 54.704 toneladas.

EXPORTAÇÃO DE CARNE 
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Camardelli, destacou o potencial do segmento para os próximos anos. 

Em entrevista concedida a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural lembrou que: “O Brasil não tem acesso a cerca de 40% do mercado mundial de carnes, e alguns dos entraves são barreiras sanitárias. Estes mercados pagam muito bem pela tonelada, como Japão e Coreia do Sul. A tendência é ampliarmos o espaço e fortalecermos nossas ligações com parceiros comerciais tradicionais, como China e Estados Unidos”, afirmou o presidente. 

Além da perspectiva positiva, outra notícia aumenta as expectativas do setor para o próximo ano. O Rio Grande do Sul foi reconhecido como uma zona livre de febre aftosa sem vacinação, realidade que permite maior absorção da demanda externa. 

PROJEÇÃO 2021
A expectativa para 2021 é que o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária deve ganhar força e atingir 3,2%, segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada recentemente. 

Já de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de milho deve avançar 9,1% e a de soja, 10,5%. A perspectiva é de recuperação em todos os segmentos – bovinos, frango, suínos, leite e ovos –, liderados pelo crescimento de 6,3% da carne bovina.

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