Situação econômica da Argentina

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Há quase 30 anos, a Argentina enfrenta uma forte e árdua crise econômica-financeira que a torna um dos países latino-americanos mais complexos para a comercialização. A crise teve início durante a década de 1990, quando as arrecadações do governo argentino passaram a ser menores que seus gastos, originando um déficit fiscal nas contas. 

A princípio, para tentar contornar a situação, o governo argentino apostou na emissão de títulos de dívida pública, nos quais a população, ao comprá-los, fazia uma espécie de investimento no governo a fim de que ele pudesse arrecadar recursos suficientes para quitar suas dívidas.

Todavia, a partir de 2013, a Argentina entrou em um período de estagnação econômica que, aliado às elevadas taxas de desemprego, agravou ainda mais a situação. Além disso, a baixa reserva de dólares que o Estado argentino tem, contribui para que sua moeda interna, o peso argentino, fique mais vulnerável à desvalorização. Tanto que hoje, não só os argentinos possuem baixo poder de compra, como a moeda local perdeu mais de 30% do seu valor e a inflação aumentou. Atualmente, 1 dólar equivale a mais de 70 pesos argentinos. 

Nesse contexto de perda de valor e credibilidade, em 2020, visando reter mais dólares dentro das suas reservas já escassas, o Banco Central da Argentina implantou medidas para restringir o acesso de pessoas físicas e jurídicas à moeda estrangeira, encarecendo-a.

Desde setembro, o limite total de compras internacionais é 200 dólares mensais, ou o seu equivalente em outra moeda, o que em reais se traduz em cerca de R$ 1.114,00. Ou seja, os argentinos que comprarem bens ou serviços no exterior, por meio do cartão de crédito ou débito, não podem ultrapassar esse limite, se não o valor excedido será automaticamente descontado das sucessivas cotas mensais.  

Ademais, para aqueles que comprarem dólares, existe uma retenção de 35% que atua como o pagamento antecipado do imposto de renda e, eventualmente, poderá ser deduzida um ano depois, sem qualquer correção monetária. E, no campo financeiro empresarial, quem compra dólares não poderá atuar na Bolsa de Valores. Dessa forma, o grande medo que se instalou é que essas medidas levem empresas argentinas ao calote. 

De fato, as providências adotadas pelo governo argentino são polêmicas, pois dificultam não apenas negociações, mas também os pagamentos de contas internacionais. A dificuldade das empresas argentinas de trazem dólares para dentro das fronteiras terá que ser contornada com uma estratégica de reestruturação de suas dívidas externas.

O Banco Central da República Argentina (BCRA) segue somando novas restrições ao acesso do setor importador ao mercado de câmbio, após as comunicações emitidas nos últimos meses.

A recessão se arrasta e com o bloqueio total pela pandemia, houve alta nos preços de produtos, o que acelerou ainda mais a inflação. O dólar na Argentina não faz parte apenas da economia e sua dinâmica, mas ocupa a cabeça das famílias argentinas, representando muitas vezes um porto seguro. 


Se faz necessária uma solução real, e não apenas paliativos, para o grande problema com a moeda para que, enfim, acabem as crises nesse parceiro comercial tão importante para nosso país.

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